quarta-feira, 29 de junho de 2011

Perdido no Espaço Sideral

       
Você quer ficar comigo?
Nem uma única palavra
Saiu da sua boca.
Você quer viver pra sempre comigo?
Não ouço e não vejo nem um único suspiro,
Nenhuma pontinha de esperança.
Você quer ser meu travesseiro?
O ar fica parado,
Não se ouve o som dos grilos,
Sempre tão falantes.

Descobri a formula aritmética
Que somada aos resultados do seno
E do coseno e subtraídos dos catetos,
Resultam no seu completo silêncio,
Um silêncio ensurdecedor.

Onde eu for você irá?
O nó na garganta,
Teima em retirar completamente
O pouco de disposição que havia
Em seu rosto pálido.
Na sua vida, tem lugar pra mais um?
Os movimentos se encerram abruptamente,
Como se um fio condutor fosse desconectado
Da tomada.

A sensação ao ser arremessado
Para o espaço é tão estranha.
A gente fica completamente grogue...
Sei lá, é estar ali, e ao mesmo tempo não estar.
É sentir que seus membros não te obedecem,
E ainda têm vontade própria.
É ter os movimentos completamente anulados.

Você quer amanhecer todos os dias ao meu lado?
Sinto o frio que vem de você, congelando
Meus pés e mãos.
De qual lado da cama eu vou dormir?
Como uma navalha, seu silêncio,
Corta minha alma,
Corta minha perspectiva de futuro,
Corta meu sorriso.

Fica a sensação de que o ar
Neste planeta moribundo,
Não será suficiente para nós dois.
Quem me dera ter nesta hora
Os recursos da Emília,
Pó mágico e o Pirlimpimpim.

Por: Silvon Alves Guimarães
http://www.silvonguimaraes.blogspot.com/

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