quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vermelho Ardente

Você surgiu de repente,
Veio com ar autoritário,
Chegou quebrando todas as vidraças.
Não pediu licença,
Não perguntou se podia entrar,
Não se importou com a placa: Afaste-se.
Jogou-me na cama e fechou a porta
Atrás de nós com o pé.

Seu sangue Ibérico
Prevaleceu nessa hora insana.
Não precisou de castanhola
Para que o sapateado se completasse.
Tentei resistir, gritar, me livrar,
Mas já era tarde demais pra mim... Cedi!

Deixei que você se apossasse do meu peito,
Se apossasse de meu coração,
Se apossasse de minha alma.
Suas mãos grandes, suaves e quentes
Cortavam o meu corpo
Como uma lâmina chamejante que desliza
Sobre o objeto do desejo.

Movido pelo intenso desejo, eu arranco seu lençol
E rastejo a língua por suas costas,
E você torce para que a luz do dia nunca mais volte.
Puxo-te para mais perto, mais perto, perto,
Até que não exista mais divisão entre você e eu.
Nossos corpos se misturam
Formando uma perfeita união entre o
Côncavo e o convexo.

Você quis se libertar, quis gritar,
Quis fugir dos meus braços,
Mas só conseguiu soltar um gemido
Ao morder minha orelha,
E toda sem pudor dizia que queria mais,
Que precisava de mais.

Então você se entregou aos meus beijos,
Entregou-se ao meu desejo.
Você quis flutuar comigo nas nuvens
E quis fazer do meu peito o seu lugar
De descanso.

Ficamos nós, eu e você,
Perdidos na imensidão desse amor,
Que não conhece limites, que se
Alimenta das imaginações ardentes,
Vermelhas e perversas, imaginando
Doidas loucuras pra fazer um ao outro,
Porque a paixão nos diz com voz altiplana,
Que nos pertencemos,
E que eu te amo como se o mundo
Fosse acabar.

Por: Silvon Alves Guimarães
http://www.silvonguimaraes.blogspot.com/

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