sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

História, Educação e Diversidade Étnica e cultural

Durante os dias 09 a 30 de janeiro participei do curso de verão, complementar como núcleo livre, na Universidade Federal de Goiás, em Jataí. A temática do curso de verão tratava das identidades excluídas, no caso os indígenas e os negros. Foram discutidas as particularidades e possíveis articulações entre educação e identidade indígena e negra, como processos construídos histórica, social e culturalmente. Entendo, porém que esta discussão não pode ficar somente no campo educacional, mas deve permear também as discussões políticas referente às condições sociais e educacionais dos povos indígenas e negros. Tais discussões devem apontar para a necessidade de se construir uma política pública voltada para esses segmentos étnicos.










Nas três semanas que estivemos reunidos aconteceram discussões acaloradas sobre o tema, e com certeza, todos puderam tirar proveito desta analises diversas sobre o assunto.


O grupo era bem diverso, com alunos das áreas de Letras, Pedagogia, História, Geografia e Direito. Visto que todos, com exceção do nosso colega do direito, vão se formar como professores o assunto serviu como preparação para alguns que ainda vão pra sala de aula e como reforço para os que já estão atuando como professores.















Assistimos filmes, vimos documentários, lemos muitos textos, que nos deram uma visão sobre como se tem tratado do assunto no Brasil e no mundo e também como a Universidade vê essa questão das identidades dos excluídos. É claro que a “Universidade” a que me refiro é composta de pessoas e essas trazem seus preconceitos e seus conceitos para a faculdade, às vezes contribuindo para haja uma lentidão em se assimilar o verdadeiro espírito de inclusão educacional, do qual as lideranças universitárias deveriam tomar a frente.

A aceitação da diversidade na educação, basicamente é um assunto que tem suas discussões bem recentes. O respaldo da lei só se deu anos recentes, como por exemplo, a Lei nº 10639, que teve como função responder às antigas reivindicações do Movimento Negro e estabeleceu o ensino da História da África e da cultura afro brasileira nos sistemas de ensino e posteriormente a Lei 11645 que dá a mesma orientação quanto à temática indígena. São cerca de vinte anos em que se tenta reverter um imaginário de 500 anos. Portanto, vejo este processo da inclusão da diversidade de forma positiva e apesar de ainda se ter uma longa luta pela frente, os alicerces já foram lançados, agora é colocar mãos a obra e construir sobre o cimento fresco.



No último dia do curso, todos puderam dar sua visão sobre o que se aprendeu e como esse curso afetou nossas vidas universitárias. Através de imagens, de musicas, de desenhos, de objetos e depoimentos, percebeu-se que todos foram afetados de uma forma ou de outra. Então se pode dizer que o objetivo do curso foi alcançado, ao passo que provocou, mexeu e buscou sentimentos, conseguindo uma reação da parte dos envolvidos.


A articulação entre a educação e as identidades indígena e negra, implica em uma reeducação do olhar pedagógico sobre o índio e o negro. A escola tem sido uma das apostas para a construção de representações positivas sobre os povos que vivem a realidade da exclusão. Cabe a escola problematizar a questão das identidades junto à sociedade. Ao se problematizar as identidades no meio escolar, especialmente no campo da formação de professores, pode-se conseguir uma reversão na visão dos excluídos, podem-se conquistar corações nesta guerra pela identidade.










E assim se passaram dezesseis encontros.

2 comentários:

Por um momento estivemos juntos, ligados pelas ideias. Foi muito bom! Nos encontramos em breve! Tchau!

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