sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Entrelinhas


Esse calor abrasador que corta nossa pele
Faz-nos querer o que não temos.
Você continua a esperar pela chuva,
Fechou seu coração,
Escondeu seus sapatos de dançar,
Guardou-me naquela gaveta da escrivaninha.

Toda minha esperança
Resume-se em um estranho desenho
Feito em um quadro negro
Que logo se apagará.
Corta-me com seus erros,
Usa conversas de duplo sentido,
Machuca, faz doer.

Não espere que os ventos sulinos
Tragam-te para cá.
Caminhe.
Erga-se.
Tire-me da gaveta.
Leia as entrelinhas e verá o quanto te quero.

Cuide dos pedacinhos
Antes que não sobre mais nada.
Respire, apenas respire.
E se você esta esperando algo
Que possa te aproximar
Saiba que estou te chamando.

Estou onde você me deixou
No canto direito da gaveta
Do seu coração.
Não me deixe pra trás.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

As estações do ano e suas distinções


Além do verão sempre se pode ver estações distintas do outono. Os antigos, na época de meus avôs, tinham o costume de separar o verão e a “estiagem” como duas estações distintas: o verão começava no final da primavera e a Estiagem ocupava os meses do próprio verão. O resultado? Cinco estações... Como disse Miguel de Cervantes em “Dom Quixote”: “À primavera segue o verão, ao verão segue a “estiagem”, à “estiagem” o outono, ao outono o inverno, e ao inverno a primavera, e assim segue andando o tempo”.

Algumas pessoas apagavam a primavera e colocavam o verão em seu lugar, assim a “estiagem” era a segunda estação, com quatro estações distintas: Verão, outono, inverno e “estiagem”, estes divididos de três em três meses: o verão de 21 de dezembro a 21 de março; o outono de 21 de março a 21 de junho; o inverno de 21 de junho a 23 de setembro e a “estiagem” de 23 de setembro a 21 de dezembro.



Eu não proponho que aumentemos o numero de estações e nem tampouco quero que se altere o nome das estações do ano. No Brasil tropical, o verão começa em 21 de dezembro, portanto faltam cerca de quarenta dias até o verão. Não pretendo ficar discutindo sobre o solstício ou sobre o equinócio... Mas digo que os tempos estão diferentes, e que ainda que o amigo verão não esteja aqui, eu me sinto no verão. Embora em Jataí - GO, faça sempre alguns dias de frio, já está muito quente.
Em breve vamos entrar na primavera, e com certeza o calor a de aumentar ainda mais. As chuvas seguem ausentes até no final de novembro, desabando de vez em dezembro quando se inicia o verão de fato, mas não sem dar o ar de sua graça calorífica.
Tenho um coração de mudança e a cabeça no século passado, o século de meus avôs, onde mais que nomear as estações, eles a viviam como elas são realmente. A vocês um grande abraço e aguardem o verão, a estação do calor.

O SIGNO LINGUÍSTICO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO E DE SIGNIFICAÇÃO DA IMAGEM DO POEMA – UMA ANÁLISE DA POESIA DE GUIMARÃES FILHO - Parte 4

 4 DA LUZ À ESCURIDÃO E DE NOVO À LUZ – OS CAMINHOS DO POEMA EM “A ROSA ABSOLUTA” DO POETA GUIMARÃES FILHO Um poema começa [...]           ...