sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Entrelinhas


Esse calor abrasador que corta nossa pele
Faz-nos querer o que não temos.
Você continua a esperar pela chuva,
Fechou seu coração,
Escondeu seus sapatos de dançar,
Guardou-me naquela gaveta da escrivaninha.

Toda minha esperança
Resume-se em um estranho desenho
Feito em um quadro negro
Que logo se apagará.
Corta-me com seus erros,
Usa conversas de duplo sentido,
Machuca, faz doer.

Não espere que os ventos sulinos
Tragam-te para cá.
Caminhe.
Erga-se.
Tire-me da gaveta.
Leia as entrelinhas e verá o quanto te quero.

Cuide dos pedacinhos
Antes que não sobre mais nada.
Respire, apenas respire.
E se você esta esperando algo
Que possa te aproximar
Saiba que estou te chamando.

Estou onde você me deixou
No canto direito da gaveta
Do seu coração.
Não me deixe pra trás.

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