quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Amor a Primeira Vista


No instante em que te vi senti que você estava tão só quanto eu. Éramos dois caminhos que se cruzam por acaso em uma rua qualquer. Dois espíritos que vagam sem um lugar do qual possam descansar. Dois solitários que foram separados por um efêmero cristal. Dois que pediam, ou melhor, gritavam para ser um.

Seus olhos de pestanas largas não expressavam nada e eu não disse nada. Ficamos com um enorme vazio interior, uma escuridão etérea, conformada, de nitrogênio, oxigênio e argônio. Apesar de tudo, senti que olhavas em meu intimo, que buscavas meus olhos para descansar-te neles, para que eles te servissem de faróis para iluminar tua senda.
Reclamavas minha atenção, com tua boca entreaberta de sedosos lábios pintados de vermelho carmim, com seu nariz fino que adornava seu rosto oval, com sua pele, suave e branda, desejando a fundição com minhas mãos grandes e torpes dedos.

Senti no estomago uma revoada de mariposas e um calafrio sulino subiu por minha espinha dorsal. Imaginei aconchegando-te em meus braços, acariciando seus cabelos ruivos, e nesse exato instante eu soube que você seria só minha.

__ E quanto você disse que custa a boneca inflável da vitrine? 

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