“...
Eu abri meu coração/ como se fosse um motor/ e na hora de voltar/ sobravam
peças pelo chão” (Engenheiros do Hawai). De modo poético esta música nos fala
sobre uma ação que se tornou fundamental em nossos dias: a desconstrução da
razão para a obtenção de conhecimento.
A sociedade atual é uma sociedade do
agora, do imediato. Tem ocorrido uma superestimação da informação em detrimento
do conhecimento historicamente produzido. Com os avanços dos meios de
comunicação, tendo a internet como ponto culminante, não é de admirar que as
pessoas se convençam que não precisam do conhecimento produzido nas
instituições de ensino. Praticamente todo assunto que se queira saber está
disponível nos meios modernos de comunicação.
Nesta sociedade altamente
tecnologizada, as informações estão disponíveis e são facilmente acessadas.
Porém, é preciso compreender que estas mesmas informações estão soltas e não
conseguem, por si só, se articularem com as experiências humanas, a fim de se transformarem
em conhecimento. Isto equivale a dizer que mesmo que eu tenha acesso a um
projeto de avião, que eu leia o nome das várias peças e até veja a foto destas
peças, estas informações não me habilitarão a montar o avião, a menos que
alguém com experiência, na área de aviação, me dê o treinamento necessário.
A desconstrução do modelo de mundo
existente tem haver com a decomposição, com a análise, com a redução do
complexo a ideias simples, de modo, que possamos reconstruir o modelo de mundo,
com a alta tecnologia existente, contudo, sem perder o lado humano. Não podemos
nos conformar, nem concordar com um mundo aonde o homem vai à lua, fale
instantaneamente com alguém do outro lado do mundo e não saiba manter essa
comunicação dentro de sua própria casa, com seus familiares. Nós, os que temos
o privilégio de ampliar nossa visão de mundo, por meio do estudo, temos também
a obrigação de melhorar o mundo a nossa volta.