quarta-feira, 22 de julho de 2020

OBSERVAÇÃO DE UMA AULA DE FILOSOFIA E ENTREVISTA COM UMA PROFESSORA

A ENTREVISTA:
a)      Qual a sua visão sobre a educação?
Eu tenho uma visão crítica sobre esse assunto, pois entendo que a finalidade do ensino, ou seja, da educação, deveria ser cooperar para o crescimento de uma sociedade solidificada e justa. Porém, a defasagem escolar e o descaso político de nosso país deixam a desejar nas áreas que abrange a educação e com isso um suposto conhecimento superficial e sem fundamento estão sendo disseminados como sendo necessários à formação do sujeito.
b)      De que maneira você aplica os conteúdos de ensino?
  Em sala, inicialmente eu pergunto aos meus alunos (por sondagem) se eles tem noção do assunto que será estudado, para verificar o nível de conhecimento da sala. É imprescindível conhecer os limites de saber de cada um, até por uma questão de noção sobre o conteúdo que será explicado. Após isso, divido com eles o material da aula, para analisarmos os pontos que estão falhos, caso haja, ou prosseguir em assuntos novos.
Utilizo o método constitutivo. Fazendo perguntas que os induzam a pensar. Trabalho com materiais didáticos, produção de texto, cartazes e alfabeto móvel. Na prática, brincadeiras de caça-palavras, ou jogo do acerto.
c)      Você se baseia em algum teórico? Qual? Como?
Parto do princípio de que a educação deve ser transformadora, pois como diria Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda”. Me apoio na teoria de Paulo Freire, pois ele aborda uma pedagogia autônoma e transformadora capaz de socializar o educador com o educando, priorizando seu contexto de vida sem desprezar os conteúdos de forma recíproca, valorizando as duas partes sem oprimir ou omitir fatos reais. Logo a mediação e os resultados se tornam prazerosos e significativos.
A AULA:
Como atividade sugerida, escolhi observar uma aula de Língua Portuguesa no 6º ano do Ensino Fundamental, ministrada pela professora Kelly, no Colégio Estadual Emília Ferreira de Carvalho, na cidade de Jataí - Goiás.
O objetivo da observação foi conhecer, mesmo que superficialmente, as normas e regras de funcionamentos que regem a aula, adequando ao contexto da qual serão postas em prática como: a dinâmica, a comunicação, a interação entre o aluno e professor, para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa.
Observei, que a professora Kelly, tem como base teórica o livro didático. Nesta aula de observação ela trabalhou atividades relacionadas à leitura e a escrita, com o tema: Linguagem formal e informal, e utilizou atividades impressas elaboradas por ela com a finalidade de enriquecer o ensino-aprendizagem dos alunos. A professora utiliza o quadro para dar instruções sobre o que está sendo ensinado no livro didático e usa exercícios complementares em forma de testes avaliativos seguidos da correção dos cadernos no final da aula.
A ANÁLISE:
A prática usual desenvolvida, nesta aula de observação, foi a da aula denominada de expositiva dialogada, a qual corresponde, em certa medida, à explicação do conteúdo por parte do professor e, posteriormente, disponibilização de um tempo para a discussão sobre o que foi exposto para que os alunos se manifestem.
No curto momento que estive com essa turma, observei que alguns alunos ainda apresentam certa dificuldade relacionada a leitura e a escrita. Mas, achei relevante a atenção da professora em relação a esses alunos com dificuldades, utilizando estratégias diferenciadas como, conduzi-los à sala de leitura com o intuito de motivá-los a ler diferentes livros como: literatura, contos e poesias.
Ficou constatado que a professora está bem preparada, e que sabe trabalhar visando o entender, tanto de seu lado, como do aprendizado dos alunos. Outro ponto positivo, que foi observado nesta aula, foi referente a construção de exercícios psíquico-motores e a exposição de uma linguagem atrativa. A professora sente prazer em transmitir as informações sendo também educadora, procurando, desta forma, capacitar os alunos para reconstruir significados atribuídos à realidade que vivemos.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

RODA DE CONVERSA PEDAGÓGICA

INTRODUÇÃO:
            Antecedendo à entrevista com alguns professores e alunos, procurei fazer uma breve reflexão sobre didática como elemento pedagógico e também sobre as discussões acerca da necessidade de preparação ou planejamento, tanto da parte dos professores quanto dos alunos, para um melhor aproveitamento da aula.
            A palavra Didática vem do grego “techné di daktiké”, que pode ser corretamente traduzida como a arte ou técnica de ensinar. Desta forma, entende-se esta disciplina como sendo a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. Metodologicamente, a Didática, estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem.
            O planejamento das atividades de aula e da rotina escolar que segue o modelo construtivista e considera as subjetividades dos alunos e os contextos histórico-temporais, voltados à sociedade, à comunidade e, acima de tudo, aos acontecimentos significativos vinculados à identidade social e etária do grupo, deve focar na flexibilidade educacional, para alcançar seus objetivos pedagógicos e educacionais.
             No ínterim, o professor consciente, deve estar em consonância com o projeto pedagógico da escola e com a coordenação escolar, propor e desenvolver projetos didáticos que se projetem como significativos vetores de cooperação, cidadania, construção coletiva do conhecimento e de aprendizagem significativa.

ENTREVISTA:

a)      Como vocês veem o planejamento das atividades educacionais?
P1: O planejamento ajuda a atingir o meu objetivo; que o aluno aprenda, ou seja, que ele absorva tudo que foi apresentado em sala de aula.

P2: Com certeza, para mim também, a aprendizagem é o alvo a ser atingido. Vejo na elaboração do planejamento de aula, uma oportunidade de assumir o meu papel como educador e organizar minhas intencionalidades.

P3: O planejamento para as atividades em sala de aula, oferece a chance de mudarmos o nível de: “como e com o que fazer” (conteúdos), para “o que fazer e para quê” (educação).

P4: Durante o planejamento de aulas, tenho a oportunidade de considerar os aspectos sociais da comunidade, problemas e necessidades locais e, por fim, a diversidade dentro da sala de aula.

b)      Quais as características que um bom planejamento deve ter?

P1: Penso que um bom planejamento deve focar na aprendizagem de todos, deve operacionalizar os conteúdos fundamentais.

P2: São muitas características para se ter um bom planejamento. Mas, acredito que um fator importante é que, no final, ele seja o produto de uma discussão que envolva toda a comunidade escolar.

P3: Sem dúvidas, depois de reunir todas as características, já citadas pelos meus colegas, é preciso monitorar o desempenho do planejamento escolar, dando sempre uma abertura para redirecionamentos.

P4: O planejamento das aulas deve conter princípios pedagógicos que correspondam ao contexto e à prática da sala de aula dos professores. Além do mais, é preciso prever tempo para a formação docente e para reuniões pedagógicas. O que tem sido um problema, devido à alta carga horária que muitos de nós têm de cumprir.

c)      Por favor, destaquem algumas estratégias de ensino que, na visão de vocês, sejam relevantes?

P1: São várias estratégias importantes, e às vezes eu utilizo mais de uma. Mas, vou destacar apenas duas: primeira, a aula expositiva dialogada (muito utilizada), que consiste na apresentação oral de um assunto de maneira lógica, com participação ativa dos estudantes. Segunda, a estratégia “Phillips 66”, que é uma variação da discussão de pequenos grupos. Os grupos são constituídos por seis membros que discutem o assunto durante seis minutos, em seguida fazem uma rápida apresentação para toda a turma.

P2:
            Também utilizo de várias estratégias de ensino. Para não citar as mesmas que meu colega, gosto de utilizar a chamada “Brainstorming”, tempestade de ideias, ou tempestade Cerebral, que estimula o estudante a gerar novas ideias de forma espontânea ou natural, deixando fruir a imaginação. E também, usualmente utilizo os mapas conceituais, que consistem na construção de um diagrama que indica a relação de conceitos de uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos pertinentes e estrutura do conteúdo.

P3:
            Utilizo como estratégia de ensino, trabalhos em grupo, pois a meu ver, esse tipo de atividade facilita a construção coletiva do conhecimento; permite a troca de ideias e opiniões; favorece o debate e a participação dos alunos; ajuda no desenvolvimento de habilidades de síntese, coordenação, colaboração, análise, aceitação de opiniões divergentes e autodisciplina; além de possibilitar a prática da cooperação. Outra estratégia que costumo usar é o estudo de texto. Exploramos as ideias de um autor a partir do estudo crítico de um texto.

P4:
            A solução de problemas é uma das estratégias que procuro utilizar. Apresento a turma uma situação nova, que exija um pensamento reflexivo, crítico e criativo a partir dos dados fornecidos na descrição do problema. Os alunos terão, então, que aplicar princípios, leis que podem ou não ser expressas em fórmulas matemáticas. Outra estratégia que tenho utilizado é a de júri simulado que, como o próprio nome sugere, é a simulação de um júri em que, a partir de um problema, são apresentados argumentos de defesa e de acusação. Essa estratégia, pode levar o grupo à análise e avaliação de um fato proposto com objetividade e realismo, à crítica construtiva de uma situação e à dinamização dos alunos para estudar profundamente um tema real.

ANÁLISE:
            Em nossa roda de conversa, percebemos que o ato de planejar é uma constante necessidade em todas as áreas da vida e também, ou ainda mais, na educação. Planejar é analisar uma realidade e tentar prever as formas alternativas de uma ação que possibilite a superação das dificuldades que possam surgir ao longo do caminho educacional.
            O planejamento didático também é um processo que envolve operações mentais, como: analisar, refletir, definir, selecionar, estruturar, distribuir ao longo do tempo e prever formas de organizar e agir.
            Outro aspecto que ficou subentendido em nossa conversa foi que o plano de aula é apenas um roteiro, um instrumento de referência e, como tal, é abreviado, esquemático, aparentemente sem cor e sem vida. O professor, ou os professores, pelos seus esforços em conjunto, é que darão relevo, cor e vida ao planejamento escolar. Cabe ao educador impregnar o plano didático com sua personalidade, seu entusiasmo, suas expressividades e habilidades. 

segunda-feira, 6 de julho de 2020

OBSERVAÇÃO E ANÁLISE SOCIOLÓGICA REFLEXIVA DAS RELAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE.

Introdução:

Este trabalho tem como finalidade apresentar o desenrolar de um projeto de
derrubada de cerca de 200 árvores (pinheiros) da área do Campus Avançado de Jataí –
Universidade Federal de Goiás (CAJ-UFG) – e refletir sobre o impacto ambiental e
emocional gerados na sociedade jataiense, que protestou de modo veemente contra o corte
das árvores.

O protesto:

Os pinheiros foram plantados em área doada para a construção da Universidade
Federal de Goiás, na década de 1980. A universidade ocupa uma grande quadra na área
nobre da cidade, abrangendo as Ruas Marechal Rondon, Léo Lince, Tiradentes e
Riachuelo. Muitos consideravam as árvores como motivo de orgulho e beleza para a
paisagem urbana.
A manifestação teve início na manhã de sexta-feira, 5 de março de 2010, logo após
o corte das primeiras árvores. Segundo ambientalistas que participaram do protesto, a
UFG teria informado que seriam feitos os trabalhos de poda com corte apenas das árvores
que apresentassem um estado precário e que estivessem em risco de cair.
Ambientalistas locais saíram em protesto pelas ruas da cidade, alertando a
população para o risco do impacto ambiental que a derrubada dos pinheiros poderia gerar
para a cidade. A população ficou ciente do protesto por meio de um carro de som e
também através de entrevistas na rádio local.
A população alertada se dirigiu para o local. Houve aglomeramento de populares
em volta das árvores impedindo a continuidade do trabalho de corte. O protesto era contra
a derrubada das árvores que proviam uma beleza cênica para a cidade e também contra a
comercialização da madeira – visto se tratar de um patrimônio público -, que segundo
alguns, seriam vendidas por cerca de R$ 5 mil reais, cada uma das 200 árvores, que
mediam em torno de 30 a 40 metros de altura.
A manifestação reuniu a imprensa, a polícia, políticos locais, populares e outros.
Agentes da polícia federal, deslocaram-se da capital, Goiânia, até a cidade de Jataí, para
garantirem o cumprimento da ordem judicial de corte, que fora emitida por juízes de
Brasília e Goiânia. A polícia militar também foi acionada para dar proteção aos
trabalhadores. O vereador, Gênio Eurípedes, na ocasião presidente da Câmara Municipal
de Jataí, participou dos protestos contra a derrubada das árvores e até tentou obstruir o
corte dos pinheiros se confrontando com uma moto serra.
Uma das árvores cortadas caiu sobre o alambrado que cerca a universidade,
atingindo um parquinho infantil, que fica na pista de lazer em volta da área que abrange
a Rua Tiradentes. Este incidente fez com que os nervos se aflorassem ainda mais, gerando
uma nova onda de protestos. Por fim, houve a paralisação do corte das árvores, em virtude
do protesto e da Ação Popular que constituiu o Processo nº 5213-88.2011.4.01.3507 junto
ao Poder Judiciário-Justiça Federal, Subseção Judiciária de Jataí – GO.

Solução para as árvores já derrubadas:

Com a paralisação do corte dos pinheiros, parou também a manutenção das
árvores que já estavam no chão, bem como o conserto do alambrado e a desobstrução do
parquinho infantil.
No começo do mês de abril do ano de 2010, cerca de um mês após a derrubada de
alguns pinheiros, aproveitando a visita do Reitor da UFG, alunos da associação estudantil,
solicitaram que fosse providenciado reparo no alambrado, impedindo que a área da
universidade fosse adentrada por indivíduos com más intenções.
Em 5 de julho de 2011, a exatos um ano e três meses depois do corte das árvores,
as mesmas ainda se encontravam no local. O vereador, Gênio Eurípedes, fez solicitação
ao reitor da UFG e à administração municipal, segundo comunicado da Assessoria de
Imprensa da Câmara Municipal de Jataí, para que fosse dada uma finalidade aos pinheiros
derrubados no ano anterior, na área da Unidade Riachuelo do CAJ – UFG, pois segundo
o vereador: “São verdadeiros cadáveres insepultos, deixando o local com um triste
aspecto, parecendo terra sem dono. Uma tapera, uma feiura governamental no coração da
cidade”, disse ele. “Com a queimada brusca que os pinheiros receberam, o lugar parece
também uma carvoaria a céu aberto. Um contraste, pois, com a excelência educativa ali
destinada”, asseverou o parlamentar. “Se de fato a UFG tem algo melhor para aquela área,
sugerido fica mais uma vez que o projeto seja discutido também com a comunidade
jataiense, num diálogo aberto e franco. Duvida-se que ambientalistas e afins vão atropelar
a ideia douta e motriz do Campus de Jataí”, concluiu Gênio Eurípedes.

Retomada dos cortes:

O corte dos pinheiros gerou muita polêmica em Jataí. A maioria da população se
mostrou contraria a derrubada das árvores, afirmando que estas árvores fazem parte da
identidade da universidade e da própria cidade, além de proporcionarem sombra e
embelezamento do local. Por outro lado, muitos já se declararam favoráveis ao corte,
justificando que os pinheiros representam risco à comunidade por conta da idade e da
altura dos mesmos. Foi criado inclusive um abaixo assinado pelos moradores residentes
no entorno do Campus Riachuelo, direcionado ao diretor da UFG, solicitando
providências quanto a estas árvores, já que as consideram frágeis e temem que elas
possam cair e provocar acidentes. No abaixo assinado, os moradores citaram a queda de
um pinheiro, ocorrida no dia 18/11/2015, em que uma casa foi atingiu sofrendo danos
materiais. O assunto tem sido debatido também nas redes sociais. A UFG, até o momento,
declarou-se favorável a retirada dos pinheiros.
Por fim, depois de sete anos de polêmica, a UFG Regional Jataí, informou que no
dia 18/03/2017, seriam reiniciados os cortes e retirada dos pinheiros localizados no
Campus Riachuelo. O motivo da ação, segundo a universidade, foi por conta dos riscos
que estas árvores representavam para toda a comunidade.
Ainda, de acordo com a UFG, os pinheiros seriam substituídos por árvores nativas
da região, as quais ajudariam a divulgar a diversidade florestal do cerrado. Os pinheiros
foram plantados por volta dos anos 1980, no início das atividades da UFG em Jataí e por
ocasião da retirada, os mesmos já estavam com quase 40 anos e mediam entre 30 a 40
metros de altura, o que segundo, o professor Alessandro Martins, diretor regional da UFG
Jataí, na ocasião, poderiam causar grandes prejuízos para os moradores. O diretor
informou ainda sobre a existência de um “Projeto de Adequação e Revitalização da
arborização da Unidade Riachuelo”, em que, serão plantadas três espécies nativas no
lugar de cada árvore derrubada. O projeto prevê, também, a construção do Parque da
Ciência no local.

Após os cortes:

Os pinheiros, enfim, foram cortados e retirados do local. Porém, dois meses depois
ainda não tinham sido plantadas as árvores nativas, que faziam parte do projeto de
arborização elaborado pela equipe da UFG. Políticos locais se mobilizaram e cobraram
uma ação por parte da universidade. Por fim, ocorreu o plantio de árvores de espécies
nativas. Mas, referente ao Parque da Ciência, houve um declínio do projeto e no local
encontra-se apenas uma grande tenda que fora removida de outra localidade.

Conclusão:

Norbert Elias, um importante sociólogo Judeu-alemão, conhecido como o
sociólogo do processo civilizador, concebe a sociedade como um tecido que liga os
indivíduos numa teia de interdependência em permanente mudança e movimento. A cada
ação numa direção, afirma Elias, todo o tecido se reorganiza. Mas, ao contrário do que
pode parecer à primeira vista, a ideia desse tecido não se assemelha ao conceito de
estrutura social, pois se trata de um processo sócio histórico constituído por seres que
atuam de forma consciente, por meio de representações abstratas e simbólicas.
A derrubada dos pinheiros que movimentou uma parte da comunidade, entre
ambientalistas e populares, gerou polêmica, muitas discussões, mas por fim foi superada
estrategicamente pela construção de uma simbologia que apontava para o progresso, para
o avanço tecnológico, em contra partida ao atraso, gerado pelo intruso, no caso os
pinheiros, oriundos de outras regiões das américas.
Como se constatou, no desenrolar da polêmica do corte das árvores da
universidade, imagens e barreiras são removidas por métodos de convencimento em que
se utilizam a ciência como aquela que possui a chancela para autenticar ou destituir um
projeto comunitário.

Referências Bibliográficas:
Câmara Municipal de Jataí. Assessoria de Imprensa. Julho de 2011.
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São
Paulo: Moderna, 2005.
Jataí News. Pinheiros da UFG. Março de 2017.
Universidade Federal de Goiás. Parecer Técnico. Escola de Agronomia e Engenharia de
Alimentos. 2013.

terça-feira, 30 de junho de 2020

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: PRESCRIÇÃO E USO


Introdução:
            Colocação Pronominal é a parte da gramática que trata do uso correto, segundo as normas para o Português, dos pronomes oblíquos átonos na frase. Embora na língua falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, espera-se que na escrita, certas regras sejam observadas.
             Desta forma, a norma padrão, prescreve, para os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos), três posições possíveis em relação ao verbo: próclise (antes do verbo), mesóclise (entre o verbo) e ênclise (após o verbo). Para entender essa relação, vale lembrar que a frase, em português, pode ser construída na ordem direta [sujeito+verbo+complemento (OD/OI) + adjunto adverbial] ou na ordem indireta, em que a posição de alguns desses elementos é alterada.

A prática do falar:
            Como o nosso objetivo, nesta análise, não é aprofundar o tema, mas fazer uma breve menção do assunto, selecionamos um trecho de uma música caipira de raiz, gravada por Inezita Barroso, para ilustrar o uso da palavra falada na sua variante mais distante da norma padrão:

Com a marvada pinga é que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali num saio
Ali memo eu bebo, ali memo eu caio
Só pra carregá é que dó trabaio, oi lai
(...)
O marido me disse, ele me falô
Largue de bebê, peço por favô
Prosa de home, nunca dei valô
Bebo com sór quente pra esfriá o calô
E bebo de noite pra fazê suador, oi lai (...)

            Existem regras para a colocação do pronome antes do verbo. Na frase, deve haver a presença dos chamados fatores de próclise – palavras que exercem atração, que “puxam” o pronome para antes do verbo -, esses atrativos podem ser, entre outros, uma palavra negativa, um advérbio, um pronome relativo etc.
            Voltando à “Moda da Pinga”, é o que acontece com os pronomes destacados: não há nenhum fator de próclise, nada que atraia o pronome para antes do verbo. Portanto, trata-se de uma variante não padrão em que a “musicalidade” do português do Brasil levou o compositor a colocar os pronomes como próclise (LOBO, 1992).

Conclusão:
            Em nossa análise, abordamos apenas o aspecto do uso proclítico no português do Brasil, pois percebemos que há uma preferência por esse uso em território nacional, independente da prescrição normativa encontrada nas gramáticas brasileiras de língua portuguesa.  Segundo Valadares e Silva (2015), as pesquisas sobre os fatores condicionantes da composição morfossintática da língua, indica que houve a adoção no português do Brasil da próclise, mesmo que esse uso não seja o prescrito pela norma padrão.

Referências Bibliográficas:
LOBO, T. A colocação dos clíticos: duas sincronias em confronto. Lisboa: Universidade de Lisboa. Dissertação de Mestrado, 1992.

VALADARES, Flávio Biasutti; SILVA, Clara Regina Gonçalves da. Português do Brasil: uma abordagem do uso proclítico em textos jornalísticos brasileiros. Revista Vozes dos Vales. UFVJM, MG, Brasil. N.07. Ano IV. 05/2015.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

AS LEITURAS POSSÍVEIS QUE O OLHAR CONTEMPORÂNEO PRODUZ SOBRE A MULHER, A PARTIR DA LEITURA DOS CONTOS: “PAI CONTRA MÃE” E “A CARTOMANTE” DE MACHADO DE ASSIS.

Introdução
Ao fazermos uma leitura focada em perceber a visão produzida sobre a mulher em obras literárias como os contos de Machado de Assis – “Pai contra mãe (1906)” e “A cartomante (1884)” – poderemos, de forma parcelar, apreender a mulher enquanto objeto da visão de outras personagens ou do narrador e a mulher enquanto sujeito dessa visão.
Desta forma, apesar de fazermos uma análise rasa, esperamos responder a questionamentos tais como: Nos contos analisados, a mulher é entendida como sujeito de ação e de reflexão? Ou tem papel pertinente apenas enquanto objeto de mediação dos respectivos narradores e/ou personagens? E, será que houve uma evolução na visão da mulher, a partir destas obras?
O escritor e suas obras
Machado de Assis, como escritor engajado, dirigiu sua crítica à sociedade burguesa buscando expor as injustiças existentes em sua época. Ele, compreendeu o dilema vivido pelas mulheres e entendeu que as suas limitações não eram inerentes ao gênero feminino, mas às restrições que lhes eram impostas pela sociedade conservadora. O escritor, portanto, adota um posicionamento feminista, no que tange a compreensão e denúncia dos abusos perpetrados para com as mulheres.
Outro aspecto que chama a atenção nos contos de Machado de Assis, em relação à sua visão sobre as mulheres, é que ele encarou o sexo, não no seu aspecto fisiológico, segundo a voga naturalista, mas na importância específica que pode assumir nas relações entre as pessoas, e também como instrumento de opressão e poder.
A partir destas informações sobre o escritor analisaremos os contos “Pai contra Mãe (1906)” e “A Cartomante (1884)”, buscando fazer uma interpretação da obra machadiana como “fruto da sociedade da segunda metade do século XIX, mas que também não pode ser vista como seu reflexo puro e simples, sendo o contexto sócio-histórico seu elemento estruturador (SILVA, 2008). Percorreremos, também, alguns textos contemporâneos que refletem o olhar da sociedade sobre o papel desempenhado pelas mulheres.
As mulheres na literatura
No conto “Pai Contra Mãe”, Machado de Assis apresenta a situação dos negros e da mulher que ainda precisam lutar por igualdade. O autor aborda também a questão da doação de um filho e a forma com que o ser humano lida com as decisões que toma, neste caso, a atitude tomada por Cândido após ver as consequências de sua escolha.
O título do conto, logo de começo, traz à tona a tensão da disputa entre o “Pai”, Cândido (homem, branco, livre), cujo nome significa “de grande alvura; muito branco, com sentido figurado que apresenta pureza, inocência; que denota candura”, e a “Mãe, Arminda (mulher, negra, escrava), cujo nome significa “mulher do exército ou militar; a que possui armas”. Ele, pretende salvar o seu filho. Ela, grávida, só deseja fugir.
A grande ironia fica por conta da situação em que é colocado o protagonista: para salvar a vida do filho, Cândido tem que entregar a escrava fugida aos seus senhores que, na luta, acaba abortando. No confronto entre os personagens temos as mesmas razões de luta – a família, a prole – mas, para a satisfação de um dos lados, será preciso que o outro sofra. Na verdade, o lado feminino e escravo, tem desde o início seu destino selado.
O conto machadiano, permite que vislumbremos na narrativa, uma análise do comportamento humano: para salvar uma criança, Cândido permite a morte de outra. Sua fala ao final do conto é bastante expressiva: “Nem todas as crianças vingam”. É o ser humano construindo as justificativas para os gestos mais baixos, para as atitudes mais reprováveis.
No conto “A Cartomante”, Machado de Assis, estabelece como núcleo temático o amor, o ciúme e o adultério. O amor de Rita e Camilo constitui um adultério penalizado com o assassinato de ambos. Vilela, o marido, age movido pelo ciúme. Porém, todos os personagens apresentam complexidades que os dotam de contradições, com atitudes ora boas ora más, ora generosas ora sórdidas.
Rita, no alto dos seus trinta anos, é apresentada como sendo uma “dama formosa e tonta”, “graciosa e viva nos gestos”, tem “olhos cálidos” e “boca fina e interrogativa”, segundo o narrador ela “era mulher e bonita” e, por fim, a atração recíproca entre ela e Camilo se dá justamente pela compatibilidade de gênios, ela: “tonta”, que significa “simplória, ingênua” e ele descrito como tendo na ingenuidade sua principal característica. A personalidade de ambos, se contrapunha com a de Vilela, descrito como homem de gravidade nos tratos.
A história, de amizade, amor e adultério termina em feminicídio seguido de homicídio. O assassino é um “advogado e ex-magistrado”, um homem que foi a lei, conhece a lei, e acima de tudo “age dentro da lei”. Segundo Fonseca (2012), o Código Criminal Brasileiro, vigente na época do acontecimento narrado, estabelecia “no Livro V, tit. XXXVIII: Achando o homem casado sua mulher em adultério, licitamente poderá matar assim a ela, como o adúltero”.
Machado de Assis, ao criar esse desfecho, atribuindo o feminicídio a um personagem refletido, grave, advogado e ex-magistrado, denuncia a sociedade de sua época como patriarcal e machista, que considera a mulher como propriedade; e o Estado que sacramenta esta atitude.
Em continuidade à temática da violência contra a mulher, Helena Martins, repórter da Agência Brasil, publicou em 27/08/2017, um artigo que se intitulava: “Taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo”. A autora apresenta dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que apontam para um aumento de 54% no assassinato de mulheres, entre os anos de 2003 a 2013.
O citado periódico, apresenta também, os esforços do governo brasileiro em atacar o problema da violência contra o gênero feminino. Dentre as investidas está a criação, em 2006, da Lei Maria da Penha, reconhecida mundialmente como uma das melhores legislações para combater e desnaturalizar a violência contra a mulher.
Abordando o tema da violência contra a mulher, Silva e Oliveira (2014), empreenderam uma dispendiosa pesquisa nas publicações cientificas, que tratam da questão feminina entre os anos 2009 e 2013.  O estudo identificou a violência física, sexual e psicológica como sendo as principais causas de denúncias apresentadas pelas mulheres.

A literatura descreve diversos fatores associados à violência doméstica, que perpetuam esta condição para as mulheres, tais como: os antecedentes familiares de atos violentos, o uso de álcool pelo parceiro, o desemprego, a pobreza, o baixo nível socioeconômico da vítima, o baixo suporte social ofertado à mulher e a dependência emocional em relação ao agressor. (SILVA e OLIVEIRA, 2014, p. 2)
           
Segundo as autoras, para combater a crescente violência é preciso promover uma postura de enfrentamento que implica na desconstrução de ações aceitas culturalmente como o direito do homem de dispor da companheira. Silva e Oliveira (2014), citam que é preciso desconstruir as “normas sociais e padrões culturais, tanto de homens quanto de mulheres, os quais confirmam, autorizam, naturalizam e banalizam a dominação masculina sobre a mulher”.
Conclusão:
As análises dos contos machadianos permitiram percebermos como a violência da estrutura social brasileira é representada pelo escritor, revelando seu posicionamento crítico à sociedade de sua época. Relacionado, especificamente, à questão feminina, constatamos que Machado de Assis critica os horrores do sistema patriarcal machista, percebido em toda uma sociedade, que cria justificativas para a busca de seus interesses pessoais, sendo, portanto, os responsáveis pela promoção da violência social que se perpetua no ciclo vicioso infindável.
Trazendo a discussão para a atualidade, percebemos que o autoritarismo permanece, embora revestido de uma aparência democrática nas nossas relações sociais e em nossas instituições políticas.
Desta forma, vimos em nossa análise, que a questão da violência contra as mulheres, atualmente, é vista como um problema social cuja relevância tem ganhado visibilidade devido a serem veiculadas em jornais e revistas brasileiras. Há uma tendência crescente, no reconhecimento das agressões contra o sexo feminino, como sendo um problema de saúde pública, com a necessidade de intervenções por parte das autoridades.
Apesar de ainda não existirem elementos suficientes para lidar com a totalidade da complexidade do fenômeno das questões femininas, esta temática está estreitamente vinculada aos movimentos feministas e tem sido objeto de pesquisas. Por isso, esperamos que tais movimentos despertem, de maneira crítica, a percepção da sociedade para a desconstrução do espírito machista.
  
Referências Bibliográficas:

ASSIS, Machado de. A Cartomante. Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994. V. II.

______. Pai Contra Mãe. Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro http://www.bibvirt.futuro.usp.br Acesso em 07 de outubro de 2019.

FONSECA, Daniel Gomes da. Não as matem! A figuração do uxoricídio em “A Cartomante” de Machado de Assis. Entreletras, Araguaína – TO, v. 3, n. 1, p. 39-52, jan/jul. 2012.

MARTINS, Helena. Taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo. Agência Brasil. Brasília. Publicado em 27/08/2017.

SILVA, Eliane da Conceição. Estudos da violência: uma análise sociológica dos contos de Machado de Assis. Dissertação (Mestrado em Sociologia), Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara. 2008, 195 f.

SILVA, Lídia Ester Lopes da; OLIVEIRA, Maria Liz Cunha de. Violência contra a mulher: revisão sistemática da produção científica nacional no período de 2009 a 2013. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência para a saúde), Escola Superior de Ciências da Saúde, Brasília, DF. 2014.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Relatório de Estágio em Língua Portuguesa - Colégio Emília Ferreira de Carvalho


Metodologia e fundamentação teórica
O estágio supervisionado é entendido como um momento de prática docente e, ao mesmo tempo, de aprendizagem. Nesse contexto, nos cursos de licenciatura, os estágios são vinculados ao componente curricular Prática de Ensino, cujo objetivo é o preparo do licenciando para o exercício do magistério em determinada área de ensino ou disciplina (PICONEZ, 1991).
Diante do papel pretendido, o estágio deve ter como foco desenvolver no acadêmico a capacidade crítica de compreender sua prática de ensino enquanto mecanismo de transformação social, uma vez que a escola se apresenta como formadora de cidadãos. Nesse sentido, as atividades realizadas ao longo desse período devem priorizar o desenvolvimento de metodologias de ensino, iniciando a construção de sua própria didática.
O espaço do estágio, segundo Piconez (1991, p. 22), é o lugar para se “articular a integração teoria-prática entre os conteúdos da parte diversificada e do núcleo comum do curso de formação de professores e o conhecimento da sala de aula da escola pública”.
Dentro deste contexto, torna-se claro a importância do estágio supervisionado nos cursos de licenciatura, considerando que este tem como finalidade colocar os acadêmicos em contato com a prática docente, desenvolvendo atividades relacionadas a essa prática, como: elaboração de plano de aula, busca de metodologias alternativas no ensino, desenvolvimento das atividades em sala de aula e avaliação.
Nos cursos de Letras Língua Portuguesa, os estágios e atividades complementares fazem parte da necessidade histórica de articulação entre a teoria e a prática, e entre a pesquisa básica e a aplicada, formando assim um profissional contextualizado.
Portanto, dentro da escola, a Língua Portuguesa é compreendida como uma disciplina de grande importância na formação de indivíduos críticos frente a um mundo globalizado e em constante transformação. Isso permite que o professor de Português busque diferentes metodologias e técnicas de ensino que contribuam para a construção do senso crítico nos alunos.
O graduando, durante o estágio, deve ter em mente a importância desta disciplina diante da sociedade. Neste sentido, ao observar a rotina escolar e participar nas aulas, deve-se levar em consideração as possibilidades e dificuldades dos estudantes, assim como contextualizar o conteúdo com a realidade dos alunos, para que as aulas de Português se tornem mais interessantes e significativas.

Observação prática
            Durante o estágio supervisionado, foi possível constatar diversos aspectos da postura profissional de um educador, entre eles destacamos a relação professor/aluno, o uso da matriz curricular, a metodologia de ensino e a relação com os colegas de trabalho.
            Relação professor/aluno – ao acompanhar as aulas da professora supervisora, pude constatar que há um bom relacionamento entre ela e os alunos, apesar de serem pré-adolescentes, sempre propensos a algazarras, barulhos e distrações – a professora tem que chamar a atenção repetidas vezes –, é possível notar o respeito e admiração existente. A leveza que a professora proporciona em suas aulas mantêm os alunos motivados no processo de aprendizagem e este ambiente é muito importante, especialmente por se tratar de turmas dos anos finais do ensino fundamental.
            Uso da matriz curricular – nas observações sobre o uso do Currículo Referência de Educação do Estado de Goiás, constatamos o comprometimento da professora em atender os conteúdos de ensino-aprendizagem a serem ministrados no 3º e 4º bimestre do ano letivo. As diretrizes do Currículo preveem que o objetivo do ensino da Língua Portuguesa na Educação Básica, seja proporcionar aos alunos experiências que ampliem suas ações de linguagem, contribuindo para o desenvolvimento do letramento, entendido como uma condição que permite ler e escrever em diversos gêneros discursivos presentes na sociedade. A professora usa como método organizacional, para atender o Currículo Referência, o uso do planejamento quinzenal, contendo expectativas de aprendizagem, eixo temático, conteúdo e avaliação, desta forma ela atende ao Currículo e consegue administrar os conteúdos que serão propostos aos alunos.
            Metodologia de ensino – por se tratar de uma escola de tempo integral se torna mais fácil para a professora manter uma dinâmica nas suas aulas, visto ser de dedicação exclusiva, não tem a necessidade de trabalhar em outra escola para complementar a sua renda. Assim, a professora consegue diversificar as aulas, alternando entre aulas expositivas, resolução de Quiz de português, seminários, análises literárias, análises de filmes, uso de Datashow, visita a exposições culturais, produção de textos, etc.
            O dinamismo imposto às aulas mantêm o entusiasmo dos alunos, que sentem as aulas mais prazerosas. Ao saírem da rotina de aulas, com as atividades pedagógicas lúdicas, é possível notar nos olhos dos educandos o quanto se sentem felizes pela descoberta do novo aprendizado. Dessa forma, como menciona Karnal (2012):

O olhar dos alunos eles dizem, com absoluta naturalidade, sobre o andamento de tudo. Aprenda a ler seus olhos, os olhos dos seus alunos são espelho de branca de neve: dizem tudo o que você perguntar. Não estamos entendendo, não tenho interesse, estou adorando, você fala alto demais, não estou ouvindo (KARNAL, 2012, p.22).

            As avaliações são feitas utilizando diversos critérios, tais como: atividades avaliativas no caderno, apresentação de seminários, pesquisas teóricas, atividades em grupo, participação do aluno durante as aulas, disciplina entre outros. A professora assume, desta forma, o ensino como um processo de mediação, em que o professor media a relação ativa do aluno com a matéria, considerando os conhecimentos, a experiência e os significados que o aluno trás para a sala de aula (LIBÂNEO, 1998, p.29).
            Relação com os colegas de trabalho – observamos que a professora mantém uma ótima relação de convivência com seus colegas, compartilhando opiniões e ideias, planejando aulas interdisciplinares e auxiliando em outras disciplinas. Como exemplo podemos tomar as gincanas educativas, em que houve a participação da professora de Português juntamente com a de Matemática e de Educação Física.
            Em suma, diante de todas as observações que foram feitas em sala e no planejamento das aulas, junto a professora supervisora, nós concluímos que ela, apesar de todas as dificuldades apresentadas, como falta de recursos para incrementar as aulas, tem atuado como uma educadora que busca mediar o processo de aprendizagem do aluno. Procura respeitar os alunos e seus saberes, não os considerando como meros recipientes para depósito de conhecimento – como se isso fosse possível – mas, estimula-os a participarem do processo de (re)construção do conhecimento.

Análise dos materiais de suporte
            O Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Colégio Estadual Emília Ferreira de Carvalho, situa-se no Bairro Jardim Rio Claro, em Jataí-Go. O mesmo possui prédio próprio. A escola é mantida pelo Poder Público Estadual e Parcerias, administrada pela Secretaria Estadual de Educação. São oferecidos cursos de Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano em período integral a partir do ano de 2018.
            A escola começou a funcionar no dia 19 de março de 1970, e recebeu esse nome em homenagem a educadora EMÍLIA FERREIRA DE CARVALHO, professora que desenvolveu um trabalho relevante para a Comunidade Jataiense.
            Hoje a Escola possui uma área construída de 4500 m², distribuídas entre 10 salas de aulas com capacidade de 35 alunos, sala de professores, secretaria, sanitários femininos e masculinos, cozinha e duas salas pequenas para armazenamento de materiais. A quadra de esportes e a biblioteca estão em processo de adequação e reforma.
            A análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola pressupõe um espaço em que a ação pedagógica é entendida como uma prática de vida, de todos e com todos, na perspectiva de formar cidadãos que integrem e contribuam para sua comunidade. Percebe-se que a educação, o ato e a prática de aprender e ensinar, é considerado como sendo de responsabilidade de todos. O papel da família nesta empreitada é bem definido. A Escola adota como principal finalidade o pleno desenvolvimento das pessoas ligadas à comunidade.
            Os materiais de suporte para as aulas existem, são bem utilizados e têm sortido um efeito positivo, possibilitando aulas dinâmicas e diferenciadas. Porém, ainda há carência de recursos tecnológicos, fazendo com que os professores tenham que estabelecer uma espécie de rodizio para o uso dos aparelhos tecnológicos, justamente por serem poucos.
            A professora supervisora do estágio, por várias vezes, teve que recorrer ao velho e bom quadro negro como alternativa para suas aulas. Mas, até nestes momentos foi possível observar a boa disposição e adaptação para que as aulas se tornassem instrutivas.

Considerações finais
            Toda experiência, tornada possível pelo estágio, contribuiu para, em partes, desmitificar o mundo docente. A observação/participação apresenta uma realidade diferente do mundo idealizado nas aulas da faculdade. Esse tempo em que estive na escola do estágio pude contemplar alguns dos obstáculos que se apresentam na jornada docente.
            O estágio se mostrou essencial para compreender os possíveis conflitos que surgem na vida profissional docente. Todas essas contribuições podem fazer a diferença entre ser um educador motivado ou frustrado, influenciando diretamente a vida dos alunos para o bem ou mal. Portanto, é possível dizer que o estágio supervisionado nos mostra a realidade social da educação e “partir desta relação, começar a preparar o seu amanhã como profissional da educação, fazendo realmente a diferença onde quer que se encontre” (SCALABRIN; MOLINARI, 2013, p.3).
            Essa experiência nos permitiu testar na prática os nossos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de Letras Língua Portuguesa, refletindo sobre como e em que devemos melhorar nossa atuação profissional. O estágio foi uma porta para procurar apreender um pouco da realidade do sistema educacional e seus desafios.
              Apesar de todo aprendizado, essa experiência não ensina a ninguém a ser professor, mas oferece componentes eloquentes que enfatizam outros saberes e perguntas que podem ser o impulso na elaboração da identidade profissional. A construção da identidade profissional não se dará apenas com esse momento de estágio, mas sim, no exercício da profissão e por meio de uma formação contínua. Comentando sobre as contribuições do estágio para a formação profissional do educador, Pimenta (2004) diz:

Através do exercício da profissão o graduando terá oportunidade de trabalhar os conteúdos e as atividades do estágio no campo de seu conhecimento específico, que é a Pedagogia-ciência da educação – e a Didática – que estuda o ensino e a aprendizagem –, percebem que os problemas e possibilidades de seu cotidiano serão debatidos, estudados e analisados à luz de uma fundamentação teórica e, assim, fica aberta a possibilidade de se sentirem coautores desse trabalho (PIMENTA, 2004, p.127).

            As reflexões da autora, nos ajudam a perceber que na construção da identidade profissional, as experiências adquiridas no estágio proporcionarão ao futuro professor, adaptar-se às situações que serão vivenciadas durante sua carreira profissional. Lembrando-se sempre que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar oportunidades de aprendizado.

Referências
KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor. São Paulo: Contexto, 2012.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.

PICONEZ, Stela C. Bertholo. A prática de ensino e o estágio supervisionado: a aproximação da realidade escolar e prática da reflexão. In: ______. A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas: Papirus, 1991.

PIMENTA, Selma Garrido. Estágio: diferentes concepções. In: PIMENTA, Selma garrido; LUCENA, Maria Socorro. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004.

SCALABRIN, Izabel Cristina; MOLINARI, Adriana Maria Corder. A importância da Prática do Estágio Supervisionado nas Licenciaturas. Revista Científica, Centro Universitário de Araras, UNAR. Araras, ISSN 1982-4920, vol.7, n 1, 2013.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

A LITERATURA E A CIRCULAÇÃO DAS INFLUÊNCIAS

Introdução:
            A literatura moderna, assim como existe hoje, se desenvolveu a partir do processo de urbanização, impulsionado pelo advento da modernidade (FREITAG, 2002). O florescimento da vida urbana e o fortalecimento das instituições de ensino, são os fatores que marcaram a produção do conhecimento. Sérgio Buarque de Holanda (1995), em Raízes do Brasil, destaca que, enquanto os países latino-americanos, que foram colonizados pela Espanha, tiveram em sua colonização, desde o princípio, o transplante das instituições espanholas, que incluíam o traçado urbanístico das cidades e as universidades; no modelo de colonização português, implantado no Brasil, não houve o planejamento das cidades e as universidades, escolas e até mesmo as prensas tipográficas – além de não serem implantadas – foram banidas, sendo consideradas atividades contra a lei.
            Os filhos da elite, que viviam no Brasil, tiveram que buscar conhecimento, ou nas colônias hispânicas ou no continente europeu. Em qualquer um dos casos, fica evidente a influência que essas elites intelectuais sofreram, por conta do convívio com os intelectuais destes países e sua realidade. Porém, quando esses brasileiros retornavam para sua pátria, a influência, os sentimentos e o conhecimento que eles receberam, passava por um processo de adequação à realidade brasileira, era como uma espécie de personificação intelectual e, por sua vez, de influenciados, eles passavam a influenciar, quer seja aos vizinhos da américa latina, aos próprios europeus e também aos países africanos, especialmente os de língua portuguesa.
            Nosso objetivo, neste trabalho, é discutir a circulação de sentimentos, canalizados através dos fluxos de influência cultural recíproca entre os países de língua portuguesa. O nosso recorte analítico tem como referência a questão da valorização de pátria, relacionando-a ao sentimento nacionalista que aparece nos poemas “Canção do Exílio” do livro “Poesias” do poeta brasileiro Gonçalves Dias, e “A minha Terra”, do livro “Espontaneidades da minha alma: às senhoras angolanas” do poeta angolano José da Silva Maia Ferreira.

 Os poetas e suas obras:
            Gonçalves Dias foi um dos principais escritores da Primeira Geração do Movimento Romântico, no Brasil. Este movimento se destacou pela grande ênfase dada ao sentimento nacionalista, em que o amor à pátria e ao herói patriota, representado pelo índio, eram fatores de exaltação e representatividade brasileira. O Nacionalismo Romântico, ficou conhecido como “nacionalismo de identidade ou orgânico”, em que seus praticantes, nutrem o sentimento de que seu povo é único e criativo, que sabe expressar sua cultura através de várias áreas como a língua, a religião, os costumes e assim por diante.
            Foi neste contexto, que Gonçalves Dias, escreveu o poema “Canção do exílio”, em que sua pátria, o Brasil, foi exaltada. Toda admiração que o poeta sente por sua terra natal foi expressa através do sentimento romântico nacionalista. Vejamos na integra os versos do poema:

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. (DIAS, 1969, p.11).

            José da Silva Maia Ferreira, filho de pais angolanos, embora tenha nascido em Luanda, desde os sete anos de idade, vivia no Rio de Janeiro, devido ao exílio político de seu pai. Assim como os brasileiros da elite, Maia Ferreira, buscou formação acadêmica em Portugal. Anos mais tarde, retornou ao Brasil e aqui morreu. Nos versos do poema, que destacaremos, o poeta, exalta grandiosamente Portugal, terra do colonizador, na tentativa de compará-la com sua própria pátria. Nessa comparação infeliz, Maia Ferreira, acaba inferiorizando sua terra natal diante de Portugal e até mesmo do Brasil, ex-colônia portuguesa. Vejamos alguns trechos deste poema, para percebermos como o sentimento nacionalista de Maia Ferreira o distanciou afetivamente de sua nação, gerando uma afinidade maior com a pátria do colonizador.

Minha terra não tem os cristaes
Dessas fontes do só Portugal,
Minha terra não tem salgueiraes,
Só tem ondas de branco areal.

Em seus campos não brota o jasmim,
Não matisa de flôres seus prados,
Não tem rosas de fino carmim,
Só tem montes de barro escarpados.

Não tem meigo trinar — mavioso
Do fagueiro, gentil rouxinol,
Tem o canto suave, saudoso
Da Benguella no seu arrebol,

[...]

Tem palmeiras de sombra copada
Onde o soba de tribo selvagem,
Em c’ravana de gente cansada,
Adormece sequioso de aragem.

Empinado alcantil dos desertos
Lá se aninha sedento Leão
Em covis de espinhais entr’abertos,
Onde altivo repousa no chão.

Nesses montes percorre afanoso,
A zagaia com força vibrando,
O Africano guerreiro e famoso
A seus pés a pantera prostrando.

Não tem virgens com faces de neve
Por que lanças enriste Donzel,
Tem donzelas de planta mui breve,
Mui airosas, de peito fiel. (FERREIRA, 2002, p. 27).

[...]

Não é pátria dos Vates da América
Que em teus cantos, com maga harmonia,
Na Tijuca em seu cume sentado
Decantaste em tão bela Poesia.
Não os tem; porque em terra africana
Não há cisne em gentil Guanabara,
Mais mimosa, mais bela e mais rica
Do que o oiro do meu Uangara (FERREIRA, 2002, p. 29).

[...]

Vi as belezas da terra,
Da tua terra sem igual,
Mirei muito do que encerra
O teu lindo Portugal,
E se invejo a lindeza,
Da tua terra a beleza,
Também é bem portuguesa
A minha terra natal (FERREIRA, 2002, p. 31).

[...]

Também invejo o Brasil
Sobre as águas a brilhar,
Nesses campos mil a mil,
Nesses montes dalém-mar.
Invejo a formosura
Desses prados de verdura,
Inspirando com doçura
O Poeta a decantar (FERREIRA, 2002, p. 31).

A circulação das influências: análise:
            Alfredo Bosi, em “História concisa da literatura brasileira”, afirma que Gonçalves Dias “foi o primeiro poeta autêntico a emergir em nosso Romantismo” (BOSI, 2006, p.104). Quanto a Maia Ferreira, embora sua obra seja a primeira a ser publicada em língua portuguesa por um autor africano, e seus poemas datem de 1849 – três anos após o lançamento dos poemas de Gonçalves Dias – ela, sua obra, só foi devidamente reconhecida no ano de 1967.
            No poema “Canção do exílio”, Gonçalves Dias, manifesta a intenção de apresentar um país sem igual. Afastado de sua terra natal, devido aos estudos, o eu lírico, passa a exaltar sua pátria, em comparação à terra estrangeira. A natureza exuberante é destacada pelo poeta como sendo essencial para que se encontre os amores e os prazeres que podem proporcionar a verdadeira satisfação na vida. Esse é o aspecto principal da pátria, sua beleza natural incomparável. Valendo-se da oposição dos advérbios “cá” – referindo-se a Portugal – e “lá” – em referência ao Brasil –, Gonçalves Dias, constrói ritmadas redondilhas que denotam a comparação. As marcas do romantismo, ficam evidentes no poema, especialmente pelo evasionismo do eu-lírico, que se refugia em sua terra natal ao “cismar – sozinho, à noite”. A religiosidade, também está presente no poema, na estrofe final que traz um tom de oração: “Não permita Deus que eu morra”.
            O sentimento nacionalista do poeta não pode ser colocado em dúvidas. Pelo contrário, seus sentimentos ficam tão evidentes, que até mesmo, dois versos deste poema (Nosso céu tem mais estrelas [...]/ Nossas várzeas têm mais flores), passaram a compor o hino nacional brasileiro – o símbolo maior de patriotismo.
            Dessemelhante do poeta brasileiro, Maia Ferreira inicia seu poema com um tom de humildade. As belezas que merecem ser afamadas, não são as de sua terra natal, mas sim as da bela Portugal. Comentando sobre essa atitude, Corrado (2010), diz que o poema “resume perfeitamente o dilema dos assimilados, cuja formação cultural estritamente euro-brasileira tinha que ser adaptada à nova exigência de afirmar um sentimento de identificação com a terra natal africana” (CORRADO, 2010). A relação com Gonçalves Dias neste trecho está, portanto, no fato de haver uma comparação, mas o tom de enaltecimento da terra natal, se encontra apenas no poeta brasileiro.
            Ao passo que Gonçalves Dias usa termos que exaltam sua terra natal, o Brasil, Maia Ferreira, utiliza o termo “”, inferiorizando seu país de origem, em comparação com as terras lusitanas: “Minha terra não tem os cristaes/ dessas fontes do só Portugal” e ainda acrescenta: “Em seus campos não brota o jasmim, / Não matiza de flores seus prados/ Não tem rosas de fino carmim, / Só tem montes de barro escarpados” (FERREIRA, 2002, p.26). Para Bosi (1992), historicamente, ocorre, com os povos colonizados, o que ele chamou de “Dialética da colonização”, em que o colonizado se sente inferior diante da colônia, acreditando que dela vem o poder e em todas as coisas ela é superior.
           
Conclusão:
            Em nossa análise comparativa entre as literaturas brasileira e angolana, por meio dos poetas Gonçalves Dias e Maia Ferreira, percebemos que ambos têm por objetivo a exaltação da terra, a qual consideram como sua. Desta forma, enquanto que o sentimento nacionalista gera uma reação em Gonçalves Dias, ele se diferencia em Maia Ferreira, provocando uma inversão, ou seja, um distanciamento afetivo de sua terra de origem.
            O poeta brasileiro, aclama a superioridade de sua terra natal, dizendo que nela há “mais aves que gorjeiam, mais estrelas, mais flores, mais palmeiras, mais amores, mais prazeres, mais primores e mais sabiás”, tornando essa terra superior até mesmo a Portugal, a terra do colonizador. Já para o poeta angolano, sua terra natal é inferior diante de Portugal, pois “ tem ondas de branco areal, só tem montes de barro escarpados, só tem raios de sol a queimar”. Nesse só ter faltoso, a pátria, “não tem cristaes, não tem salgueirais, não brota o jasmim, não tem meigo trinar-mavioso, não tem brilhante primavera, não tem brisa lasciva”. Por fim, finaliza o poeta: “Nada tem minha terra natal / Que extasie e revele primor, / Nada tem, a não ser dos desertos / A solidão que é tão grata ao cantor” (FERREIRA, 2002, p.31).
            Em conclusão, podemos dizer que a circulação de influências, embora seja real, nem sempre provoca a reação esperada, pois a natureza aberta de uma obra, possibilita diferentes leituras em diferentes contextos. Não estando, portanto, condicionada a um horizonte cultural estável de estruturas de sentimentos que integram um determinado tempo, espaço e sociedade.

Referências Bibliográficas:

BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006.

CORRADO, Jacopo. À procura das influências brasileiras na construção literária angolana: o caso José da Silva Maia Ferreira. Maringá: 4º CELLI – Colóquio de Estudos Linguísticos e Literários, 2010.

DIAS, Gonçalves. Poesias. Seleção de Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Agir, 1969.

FERREIRA, José da Silva Maia. Espontaneidade da minha alma: às senhoras angolanas. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2002.

FREITAG, Bárbara. Cidade dos Homens. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002.

HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

O SIGNO LINGUÍSTICO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO E DE SIGNIFICAÇÃO DA IMAGEM DO POEMA – UMA ANÁLISE DA POESIA DE GUIMARÃES FILHO - Parte 4

 4 DA LUZ À ESCURIDÃO E DE NOVO À LUZ – OS CAMINHOS DO POEMA EM “A ROSA ABSOLUTA” DO POETA GUIMARÃES FILHO Um poema começa [...]           ...