quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Poeta e o Poema

O poeta é um viajante
Sem passaporte.
Seu destino: a alma.
Vive das febres, dos delírios,
Dos instantes masoquistas.

A poesia é o resultado
Das conturbações do poeta.
É o momento de exaltação
Em que se vê a beleza
E a pureza da vida.

Poesia é a arte que a ensina,
E a obra feita com a arte;
A arte é a poesia,
A obra o poema,
O poeta é o artífice.

Ser poeta é ver a vida
Com os olhos do coração,
É sentir-se dono do mundo,
É garantir o sussurro
Entre os dedos,
É executar o silêncio.

O poeta é um madrugador
Das primeiras madrugadas,
Um notívago que não se cansa
De namorar a lua,
De sugá-la no leito da paixão
Desenfreada.

O que seria do mundo
Se não existisse a poesia,
Se não existisse o poeta
Para dimensioná-la
No universo de nossos olhos?

Como seria sem graça a existência,
Se não existissem espaços para sonhar,
Para navegar no impossível,
Se não houvesse Dom Quixote
Para lutar contra os moinhos de vento,
Naquela luta vã, mal começa a manhã!

Em sabedoria, Deus,
Fez a luz e fez a lua.
O soberano deu ao poeta
Um motivo para existir
E confirmar as palavras ditas em versos:
“A vida não basta ser vivida, precisa ser sonhada”.




Por: Silvon Alves Guimarães

Um comentário:

  1. "O poeta vive... De febres e delírios", porque esse é melhor jeito de viver!

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Por um momento estivemos juntos, ligados pelas ideias. Foi muito bom! Nos encontramos em breve! Tchau!

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