O filme “Gêngis Khan, a
lenda de um conquistador”, conta a história inicial da vida de Temudjin
(1155-1227), que em 1206 d.C fora proclamado o Gêngis Khan (Khan universal).
Quando em 1187 Temudjin se juntou aos Mongóis, eles prontamente o designaram seu
Khan. Em 1202 Temudjin lidera os exércitos Mongóis e derrota os Tártaros,
recrutando-os para o seu exército. A partir de 1207, já proclamado o Gêngis
Khan, começa a incursão Mongol para a expansão dos seus domínios. Suas primeiras conquistas foram os povos da Sibéria sul-oriental e logo depois o Tibete se tornou
vassalo Mongol.
O filme retrata porém
apenas a parte inicial da vida de Gêngis Khan, retratando a saga de três amigos
de infância, três irmãos juramentados. Um deles foi iniciado no sacramento e
cresceu para ser um grande xamã. Os outros dois seguiram o caminho da guerra e
da nação e foram reconhecidos como líderes. Mas só um deles poderia se tornar o
governante da terra. Temudjin foi escolhido e se tornou soberano com o nome de
uma antiga divindade, Gêngis Khan. A partir de então foi estabelecida a nação
Mongol. O filme retrata as disputas,entre as tribos Mongóis, que ocorreram, até que Temudjin fosse, finalmente, proclamado o grande Khan entre os Mongóis, realizando um trabalho de
unificação das tribos em prol da expansão da nação Mongol.
A expansão dos domínios
Mongóis iniciou quando Temudjin fora designado o Gêngis Khan, isto aos 51 anos
de idade. Gêngis Khan morreu em 1227, em uma nova campanha militar contra os
Xixia. Apesar de seu governo breve, apenas 20 anos, quando ele morreu era o
senhor de toda a Ásia Central, de uma parte da China, da Manchúria, da Sibéria
meridional, do Afeganistão e do Irã atuais.
Os filhos e netos de
Gêngis Khan foram, desde a infância treinados na arte da guerra, portanto após
a morte de Gêngis Khan, a expansão do reinado Mongol continuou em um ritmo
alucinante. Em 1229 o terceiro filho de Gêngis Khan. Ogodai (1229-1248)
tornou-se o novo grande Khan. Em 1246 teve inicio o reinado do neto de Gêngis
Khan, o grande Khan Kuyuk (1246-1248). Nesta ocasião o império Mongol já se
estendia até Lyon e Chipre. Em 1251 ocorreu à eleição do grande Khan Mangu
(1251-1259), filho do quarto filho de Gêngis Khan. Como o império se torna
muito vasto, foram designados vice-reis que dariam comando a expansão Mongol. Em 1256
Hulagu, um dos netos de Gêngis Khan é enviado ao Irã como vice-rei. Recebendo o
título de Il-Khan. Em 1260 Kublai (1260-1294), sucedeu a Mangu como grande
Khan, ele fixou sua capital em Pequim e inaugurou, na China, a dinastia dos
Yuan.Alguns historiadores apontam para o ano de 1260 como o inicio do enfraquecimento do maior império do mundo, O Mongol. Ariq Boke, neto de Gêngis Khan, entra em conflito com o grande Khan Kublai, dando inicio às lutas internas no império. Neste ano os Mongóis sofreram a sua primeira derrota significativa, na batalha de Ain Jalut (Síria). Em 1262 ocorre um conflito entre a vice-realeza mongol do Irã (Il-Khans) e a vice-realeza mongol da Europa Oriental (Horda Dourada, também chamada Canato de Qiptchaq). Em 1370 Tamerlão torna-se o grande emir em Bactra (Balkh), fixou sua capital em Samarcanda e inicia uma campanha vitoriosa contra os divididos Mongóis. O reinado e a expansão do império de Tamerlão duraram até 1405, quando ele morreu a caminho da China.
Partindo da China,
Gêngis Khan, o líder de um povo nômade e atrasado, inaugurou um vasto império
que seus sucessores souberam aumentar ainda mais. Ao mesmo tempo em que
conquistavam territórios, os Mongóis assimilavam o que havia de bom nas outras
culturas, se tornando aos olhos dos povos menos bárbaros. Os Mongóis ignoravam
a escrita, a vida urbana e a agricultura, e suas crenças se resumiam a
feitiçarias grosseiras. Mas esses deserdados nômades possuíam terrível superioridade
militar sobre os velhos impérios civilizados, cujas riquezas cobiçavam. Eram
cavaleiros imbatíveis. O mongol era essencialmente o arqueiro a cavalo que
aparecia, crivava o adversário de flechas, esquivava-se, desaparecia,
reaparecia mais ao longe para nova salva, até que o inimigo extenuado e exangue
fosse presa fácil para o assalto final.
A singularidade da
conquista mongol prende-se à personalidade de Gêngis Khan, chefe de clã
analfabeto que passava dos 50 anos ao entrar em cena como imperador. Ao subir
ao trono, Gêngis Khan sabia que tinha pouco tempo para realizar a tarefa
colossal para a qual tinha sido designado por Tengri, o céu eterno: conquistar
um mundo cuja extensão ignorava, explorar-lhes a riqueza e impor a paz. Dominando
a arte da guerra, coisa que seu exército já havia provado, restava-lhe
construir um Estado exemplar para governar o império de seus sonhos.
Gêngis Khan
personificou o apogeu da expansão nômade que, durante dois milênios – com os
citas, sármatas, alanos e hunos – abateu-se sobre os povos sedentários da
Eurásia. E Tamerlão, sedentário apesar da origem nômade, foi de certa forma o
continuador dessa gigantesca vaga nômade que, do Pacífico até a França,
movimentou o tabuleiro da xadrez geopolítico.