Vamos as mais comuns:
OS MANIFESTANTES NÃO SABEM O QUE QUEREM – Pode ser,
mas sabem muito bem o que não querem fruto da experiência política que a
maioria da população sofreu nas últimas décadas de uma democracia
representativa indireta, sem transparência. Mas, por si só, o movimento das
ruas já coloca para debate alguns temas caros à sociedade brasileira: as
instituições governamentais, os partidos políticos, o papel da polícia e da
mídia.
NÃO TEM PROJETO DE PODER E NEM LIDERANÇAS –
Verdade, mas rejeitam o atual projeto de
poder, que transformou a frágil
democracia brasileira numa caricatura, num convescote entre grandes grupos
empresariais e governantes, verdadeiros administradores do interesse do grande
capital. Se não há lideranças é porque a própria esquerda brasileira não as
produziu, mais preocupada que anda em negar o novo e justificar o antigo.
É UMA CLASSE MÉDIA INSATISFEITA – Quem puxa as
manifestações é uma juventude de classe média, sobretudo uma juventude
universitária e secundarista. A juventude brasileira sempre protagonizou as
viradas históricas neste país (Luta pelo fim da escravidão, Fim da neutralidade
e entrada na II Guerra contra o Eixo nazi-fascista, O Petróleo é Nosso, contra
a Ditadura Militar, Diretas-Já, Fora Collor). Aliás, é dos filhos mais
esclarecidos desta classe média que surgiram grandes quadros da esquerda
brasileira.
SÃO ANTI-PARTIDOS – Trata-se de uma leitura torta,
equivocada. A juventude que está nas ruas não vê com bons olhos a maioria dos
partidos políticos, por conta de práticas pouco saudáveis e nada transparentes
destas organizações. Em relação aos partidos de esquerda (fora uma meia dúzia
de fascistas), a grande massa não quer que suas manifestações sejam usadas como
instrumento de propaganda.
SÃO FACILMENTE MANIPULADOS E PODEM LEVAR A UMA
SOLUÇÃO GOLPISTA – Uma das principais bandeiras dos manifestantes que estão nas
ruas é acabar com a manipulação da grande mídia, sobretudo a Rede Globo,
reconhecida como inimigo número um do povo brasileiro. As pessoas estão atentas
a qualquer tentativa de manipulação, embora haja muita confusão.
NACIONALISMO PODE DESCAMBAR PARA O FASCISMO –
Verdade, mas no caso brasileiro, salvo algumas exceções da História, o
sentimento nacionalista sempre esteve associado às lutas populares e democráticas.
Em tempo: enquanto escrevia essas linhas a
Presidente fazia pronunciamento em Brasília, apresentando cinco pontos a serem
enfrentados: plano de estabilidade fiscal (não ficou claro); reforma política,
através de um plebiscito; R$ 50 bilhões para financiar os transportes sobre
trilhos (falou em Metrô); plano para a Saúde, com a contratação de médicos
(brasileiros e se sobrar estrangeiros); e recursos do Petróleo para financiar a
Educação. Seja qual fora a avaliação que se faça disso, uma coisa é certa: FOI
O POVO NAS RUAS QUE FORÇOU O GOVERNO A SE MEXER.
Agora é a vez dos movimentos populares: recuperação
salarial; reformas agrárias e urbanas; fim do monopólio da comunicação e uma
nova lei de mídia; desmilitarização da Polícia. A luta apenas começou. As praças,
avenidas e estradas estão aí para serem ocupadas, agora também pelo povo
pobre.
http://blogdoacker.wordpress.com/2013/06/24/abaixem-as-bandeiras-levantem-as-ideias/
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