sábado, 12 de novembro de 2011

Escola da Ponte – Educando para a Diversidade

Na conferência de encerramento do XXVI Congresso de Educação do Sudoeste Goiano, realizado no período de 7 a 11 de novembro, tivemos a oportunidade de ouvir uma excelente conferência, aliás, conforme definição do palestrante, um “diálogo”, com o Professor José Pacheco, da Escola da Ponte em Portugal. Com um alto poder de comungação, o professor José Pacheco, conseguiu capturar a atenção da assistência de tal forma que se não fosse o fato dele se cansar, nós, a assistência, seriamos capazes de ficar mais tantas horas só diálogando com o professor.

Em entrevista a Vitor Casimiro, Exclusivo para o Portal Educacional, José Pacheco fez a seguinte afirmação:

"Será indispensável alterar a organização das escolas, interrogar práticas educativas dominantes. É urgente interferir humanamente no íntimo das comunidades humanas, questionar convicções e, fraternalmente, incomodar os acomodados". disponível: http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0043.asp)

As palavras do Professor traduzem o que acontece na prática na Escola da Ponte. Trata-se de uma escola onde não há aulas, onde não há series, onde não há provas, onde quem dirige a escola são os pais dos alunos. Uma escola engraçada? Com certeza o professor afirmaria: Uma escola Séria! Mas pelo motivo de fugir aos padrões convencionais, muitos a classificaria como engraçada, no intuito, claro, de diminuir o trabalho feito ali.


Nada na escola da Ponte, reporta ao tradicional que conhecemos. Nessa escola da vila das Aves, em Portugal, as crianças decidem o que e com quem estudar. Não há ali divisão em classes, ou grupos de estudos. As crianças tampouco estão divididas por faixa etária. A vontade aprender une essas crianças e as motivam a criarem projetos de estudo. Assim que se termina um projeto se dá inicio a outro, conforme o interesse dos próprios alunos.
Ao dar início ao “dialogo” de encerramento do Congresso de Pedagogia, o professor José Pacheco, o fez de uma maneira também diferente. Em vez de seguir um habitual e cansativo esboço previamente preparado, o professor se propôs a responder as perguntas que nós tínhamos. Uma bela maneira de envolver-nos na palestra!

Depois de alguns minutos, onde buscávamos uma pergunta adequada, foi feita a primeira pergunta, e a partir desta, foi conduzida todo o diálogo. A pergunta foi: “Que perguntas foram feitas, no inicio, que levaram a criação da escola da Ponte como escola não-tradicional?” O que se seguiu foram explicações de quem realmente está convicto do que faz. O professor José Pacheco contou um pouco de sua história pessoal, que foi fundamental para que ele se engajasse nesse projeto tão ousado.

Nascido em uma favela, José Pacheco, afirma que tinha todos os motivos para ter como final de vida, balas ou facas. Com pai alcoólatra e a mãe a ponto de morrer de exaustão, pelo trabalho duro que fazia, o professor diz que sua situação na infância fora cercada de miséria, fome, penúria. Mas o que mais marcou a sua vida, segundo suas palavras, foi à exclusão que sofreu quando entrou na escola.

Pobre, favelado, pequeno e estrábico. O professor tinha tudo pra não dar certo na vida. Porém, a discriminação, a exclusão que sofreu o levou a jurar pra si mesmo, que seria professor, para se vingar, pois ninguém seria alvo de exclusão na escola em que ele estivesse. Vários caminhos foram percorridos, muitas decepções, muitas alegrias, até que o professor teve, segundo ele um clarão (inside), que o levou a fazer perguntas sobre o seu objetivo como professor, sobre os valores que eram ensinados, sobre como poderia melhorar.


O resultado se traduz na escola da Ponte, uma escola inclusiva, não-tradicional, que dá oportunidades iguais a todos. E o mais interessante produz resultados melhores do que as tradicionais. O professor Pacheco disse que na prática, ainda hoje, muitos pais têm dificuldade em conceber uma escola diferente daquela que a frequentaram quando alunos, mas que, quando esclarecidos e conscientes, aderem e colaboram.

Eu assisti! Eu escrevi!


Um comentário:

Por um momento estivemos juntos, ligados pelas ideias. Foi muito bom! Nos encontramos em breve! Tchau!

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