segunda-feira, 13 de julho de 2020

RODA DE CONVERSA PEDAGÓGICA

INTRODUÇÃO:
            Antecedendo à entrevista com alguns professores e alunos, procurei fazer uma breve reflexão sobre didática como elemento pedagógico e também sobre as discussões acerca da necessidade de preparação ou planejamento, tanto da parte dos professores quanto dos alunos, para um melhor aproveitamento da aula.
            A palavra Didática vem do grego “techné di daktiké”, que pode ser corretamente traduzida como a arte ou técnica de ensinar. Desta forma, entende-se esta disciplina como sendo a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. Metodologicamente, a Didática, estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem.
            O planejamento das atividades de aula e da rotina escolar que segue o modelo construtivista e considera as subjetividades dos alunos e os contextos histórico-temporais, voltados à sociedade, à comunidade e, acima de tudo, aos acontecimentos significativos vinculados à identidade social e etária do grupo, deve focar na flexibilidade educacional, para alcançar seus objetivos pedagógicos e educacionais.
             No ínterim, o professor consciente, deve estar em consonância com o projeto pedagógico da escola e com a coordenação escolar, propor e desenvolver projetos didáticos que se projetem como significativos vetores de cooperação, cidadania, construção coletiva do conhecimento e de aprendizagem significativa.

ENTREVISTA:

a)      Como vocês veem o planejamento das atividades educacionais?
P1: O planejamento ajuda a atingir o meu objetivo; que o aluno aprenda, ou seja, que ele absorva tudo que foi apresentado em sala de aula.

P2: Com certeza, para mim também, a aprendizagem é o alvo a ser atingido. Vejo na elaboração do planejamento de aula, uma oportunidade de assumir o meu papel como educador e organizar minhas intencionalidades.

P3: O planejamento para as atividades em sala de aula, oferece a chance de mudarmos o nível de: “como e com o que fazer” (conteúdos), para “o que fazer e para quê” (educação).

P4: Durante o planejamento de aulas, tenho a oportunidade de considerar os aspectos sociais da comunidade, problemas e necessidades locais e, por fim, a diversidade dentro da sala de aula.

b)      Quais as características que um bom planejamento deve ter?

P1: Penso que um bom planejamento deve focar na aprendizagem de todos, deve operacionalizar os conteúdos fundamentais.

P2: São muitas características para se ter um bom planejamento. Mas, acredito que um fator importante é que, no final, ele seja o produto de uma discussão que envolva toda a comunidade escolar.

P3: Sem dúvidas, depois de reunir todas as características, já citadas pelos meus colegas, é preciso monitorar o desempenho do planejamento escolar, dando sempre uma abertura para redirecionamentos.

P4: O planejamento das aulas deve conter princípios pedagógicos que correspondam ao contexto e à prática da sala de aula dos professores. Além do mais, é preciso prever tempo para a formação docente e para reuniões pedagógicas. O que tem sido um problema, devido à alta carga horária que muitos de nós têm de cumprir.

c)      Por favor, destaquem algumas estratégias de ensino que, na visão de vocês, sejam relevantes?

P1: São várias estratégias importantes, e às vezes eu utilizo mais de uma. Mas, vou destacar apenas duas: primeira, a aula expositiva dialogada (muito utilizada), que consiste na apresentação oral de um assunto de maneira lógica, com participação ativa dos estudantes. Segunda, a estratégia “Phillips 66”, que é uma variação da discussão de pequenos grupos. Os grupos são constituídos por seis membros que discutem o assunto durante seis minutos, em seguida fazem uma rápida apresentação para toda a turma.

P2:
            Também utilizo de várias estratégias de ensino. Para não citar as mesmas que meu colega, gosto de utilizar a chamada “Brainstorming”, tempestade de ideias, ou tempestade Cerebral, que estimula o estudante a gerar novas ideias de forma espontânea ou natural, deixando fruir a imaginação. E também, usualmente utilizo os mapas conceituais, que consistem na construção de um diagrama que indica a relação de conceitos de uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos pertinentes e estrutura do conteúdo.

P3:
            Utilizo como estratégia de ensino, trabalhos em grupo, pois a meu ver, esse tipo de atividade facilita a construção coletiva do conhecimento; permite a troca de ideias e opiniões; favorece o debate e a participação dos alunos; ajuda no desenvolvimento de habilidades de síntese, coordenação, colaboração, análise, aceitação de opiniões divergentes e autodisciplina; além de possibilitar a prática da cooperação. Outra estratégia que costumo usar é o estudo de texto. Exploramos as ideias de um autor a partir do estudo crítico de um texto.

P4:
            A solução de problemas é uma das estratégias que procuro utilizar. Apresento a turma uma situação nova, que exija um pensamento reflexivo, crítico e criativo a partir dos dados fornecidos na descrição do problema. Os alunos terão, então, que aplicar princípios, leis que podem ou não ser expressas em fórmulas matemáticas. Outra estratégia que tenho utilizado é a de júri simulado que, como o próprio nome sugere, é a simulação de um júri em que, a partir de um problema, são apresentados argumentos de defesa e de acusação. Essa estratégia, pode levar o grupo à análise e avaliação de um fato proposto com objetividade e realismo, à crítica construtiva de uma situação e à dinamização dos alunos para estudar profundamente um tema real.

ANÁLISE:
            Em nossa roda de conversa, percebemos que o ato de planejar é uma constante necessidade em todas as áreas da vida e também, ou ainda mais, na educação. Planejar é analisar uma realidade e tentar prever as formas alternativas de uma ação que possibilite a superação das dificuldades que possam surgir ao longo do caminho educacional.
            O planejamento didático também é um processo que envolve operações mentais, como: analisar, refletir, definir, selecionar, estruturar, distribuir ao longo do tempo e prever formas de organizar e agir.
            Outro aspecto que ficou subentendido em nossa conversa foi que o plano de aula é apenas um roteiro, um instrumento de referência e, como tal, é abreviado, esquemático, aparentemente sem cor e sem vida. O professor, ou os professores, pelos seus esforços em conjunto, é que darão relevo, cor e vida ao planejamento escolar. Cabe ao educador impregnar o plano didático com sua personalidade, seu entusiasmo, suas expressividades e habilidades. 

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