FREIRE,
Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro
com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
“Não sou
esperançoso por pura teimosia, mas por imperativo existencial e histórico”
(FREIRE, 2011, p.14). Paulo Freire (1921-1997) representa um dos maiores e mais
significantes educadores do século XX. Sua pedagogia mostra um novo caminho
para a relação entre educadores e educandos. Caminho este que consolida uma
proposta político-pedagógica elegendo educador e educando como sujeitos no
processo de conhecimento mediatizados pelo mundo, visando a transformação
social e construção da sociedade justa, democrática e igualitária.
A obra de
Paulo Freire é constituída de quatro momentos, os quais se contemplam em um
contexto relacionado às experiências, formação, e a inspiração das ideias do
autor para a construção de suas pedagogias. A esperança é ressaltada nas
Primeiras Palavras de Paulo Freire, como um elo entre os sonhos e a realidade.
Assume, nesse primeiro instante, um compromisso de provar a necessidade de a
esperança ter seu espaço na educação. Pois, através das relações históricas,
econômicas e sociais é perceptível a real importância que a mesma tem, ao passo
que não é inegável que se vive hoje um momento de lutas por um mundo melhor.
Numa
segunda tomada, o autor remonta as experiências vividas desde a infância à
adolescência até o início de sua carreira no SESI, onde relata que foi nessa
etapa de sua vida que a Pedagogia do Oprimido começa aflorar. A partir de
angústias e saudades o autor compreende que é preciso disciplinar as dores e os
sentimentos para que a desesperança não impere sobre a vida humana. E é por
essas e outras, que Paulo Freire define que o professor é mais do que simples
professor, ele é um alfabetizador e acima de tudo um educador.
Partindo
de um princípio de que o educando trás consigo a “experiência feito”, que
segundo o autor é um conhecimento já adquirido da pessoa, é fundamental o
educador estabelecer uma troca dessas experiências. Mas que não seja uma
estagnação nessa primeira etapa, que através dessa abordagem a discussão cresça
por meio de uma elaboração de conhecimento conjunto.
Mediante
alguns aspectos da Pedagogia do Oprimido, que norteiam a Pedagogia da
Esperança, tais como alfabetização para vida, luta de classes, educação
crítica, leitura de mundo, linguagem no processo de mudança, percebe-se que a
esperança, motivo dessa obra, é a mesma que o autor possuía ao escrever a
Pedagogia do Oprimido. Essa situação se definha na terceira etapa da obra, onde
Paulo Freire retoma o porquê de se trabalhar uma educação voltada aos
oprimidos, pois para ele a educação deve preparar os educandos para a vida,
numa proposta de transformação da realidade de opressão que se vive na
sociedade atual.
A
Pedagogia do Oprimido remete-se á movimentos sociais, revoluções em prol da mudança
e transformação. Pois os dominantes, caracterizados pelos capitalistas,
influenciam todo um sistema existente na sociedade. E a educação é um dos meios
usados para a manipulação, através de “donos da verdade que ensinam tão somente
para reprimir, mostram-lhe a verdade, e ensinam que eles dominam e ponto”, sem
abrir espaço para o outro lado da moeda.
Paulo
Freire destaca-se também, que a história é movida pela “luta de classes”, e o
que dá subsídio para essas luta é a esperança de um futuro de igualdade plena.
Sem sonhos não há futuro diferente, não havendo futuro novo, a educação
torna-se um adestramento.
Num último momento, repensa sua obra anterior, a do Oprimido, caracterizando que o medo que aflige as classes dominadas, pode retardar o processo de evoluções, no entanto as lideranças devem ser formada através da linguagem e palavras que deem suporte à uma luta imunizada quanto à esse medo e desesperança.
Num último momento, repensa sua obra anterior, a do Oprimido, caracterizando que o medo que aflige as classes dominadas, pode retardar o processo de evoluções, no entanto as lideranças devem ser formada através da linguagem e palavras que deem suporte à uma luta imunizada quanto à esse medo e desesperança.
Paulo Freire
é bem claro quando expõe que a esperança e a educação são interlocutoras para
as ações e atitudes da sociedade, principalmente os oprimidos que são
reprimidos. A liberdade é uma consequência, o opressor se libertará, quando
libertar o oprimido. A obra é de tamanho fascínio para o leitor, pois suas
palavras parecem estar delineando a vida daqueles que são contra as injustiças
desse.
Paulo Freire, em Pedagogia da
Esperança, provou que é possível educar para responder aos desafios da
sociedade, sendo a educação desta forma, um instrumento de transformação global
do homem e da sociedade, tendo como essência a dialogicidade.
A
importância deste livro, para os professores e para os sujeitos envolvidos com a
educação, é que ele mostra a necessidade de se ter um compromisso permanente e
sistemático em prol da educação e da conquista da autonomia das “classes
oprimidas”.
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