As
injustiças e violências de Fanfarrão são por motivos de somenos importância.
Critilo diz que Minésio tem tudo para ser um bom “chefe”, mas ele não tem
nenhum “sistema”. Fanfarrão toma por empreitada a construção de uma suntuosa
cadeia. Critilo chega até mesmo a comparar, a obra da cadeia com as grandes
obras faraônicas. Tal obra custosa serve para prender os negros que devem e que
não devem e na falta de negros outros quaisquer que se enquadrem nos termos de
vadios, são logo lançados na prisão.
Prepara o branco
lenço, pois não podes
Ouvir o resto, sem
banhar o rosto
Com grossos rios de
salgado pranto.
Nas levas, Doroteu,
não vêm somente
Os culpados vadios;
vem aquele
Que a dívida pediu o comandante;
Vem aquele, que pôs
impuros olhos
Na sua mocetona e vem
o pobre,
Que não quis lhe
emprestar algum negrinho,
Para lhe ir trabalhar
na roça e lavra.
Estes tristes, mal
chegam, são julgados
Pelo benigno chefe a
cem açoites.
(versos 229 a 240)
As
injustiças que Fanfarrão comete, são prontamente copiadas pelos seguidores e
lacaios, que querem se parecer com o chefe que a tudo pode. Assim a corrupção,
a injustiça, os desmandos vão se tornando a ordem do dia. Esta situação corta o
coração dos que habitam Santiago (Vila Rica), alguns como Critilo, não dormem a
noite, desejando encontrar uma solução para tanta opressão.
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