A partir dos anos
1980 os estados e municípios elaboraram novas propostas curriculares, que,
junto com os novos Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados pelo governo
federal a partir dos anos 1990, têm visado alavancar, transformar, atualizar o ensino
de História. Os desafios do novo mundo tecnológico têm feito com que se almeje
dar ao público escolar as ferramentas para enfrentar os desafios do mundo
globalizado. O desafio atual é empregar a Tecnologia para a Educação.
Em meio ao que Circe
Bittencourt (2004) chamou de “seleção cultural” do conhecimento essencial para
o aluno, a quem diga que é necessário antes fazer uma verificação das “tradições
escolares” que permanecem, visando entender as reinterpretações que são dadas
aos antigos conteúdos e métodos. Seria tolice pensar que as reformas, as
mudanças curriculares representariam uma mudança total de conteúdos. As alterações
se dão apenas nas técnicas e nos métodos de ensino, que procuram uma dinâmica
que dê conta de responder as demandas e exigências do mundo tecnológico.
Atualmente têm-se
pensado o currículo em todas as suas dimensões. Portanto, se fala sobre
Currículo Formal, Currículo Real, Currículo Oculto e Currículo Avaliado.
O Currículo Formal é
aquele que é normativo, criado pelo poder estatal, que visa dar um eixo
norteador para que a escola possa elaborar o seu caminhar educacional. O Currículo
Real é de natureza interativa e, portanto dependerá do que é passado para os
alunos e também da forma como estes receberam esse ensino. Fonseca (2003) analisa
que a produção do Currículo Real fica dependente do fato de que os professores
de História carregam cada um a sua vivência, as suas experiências e são
afetados pelo contexto a sua volta e acima de tudo os professores não operam no
vazio, mas lidam com alunos que já tem uma cultura particular. Somando todos
esses fatores, os resultados não se tornam previsíveis, podendo fazer surgir o
plural ou simplesmente perpetuando os estereótipos e preconceitos.
Bittencourt (2004)
menciona que o Currículo Oculto é “constituído por ações que impõem normas e comportamentos
vividos nas escolas, mas sem registros oficiais, tais como discriminações
étnicas e sexuais... etc.” e por último temos o Currículo Avaliado que se
materializa pelas ações dos educadores de “medirem” o domínio dos conteúdos.
A geração atual
pertence a “cultura das mídias”, termo este que nos remete as transformações
causadas pela difusão maciça da televisão e hoje pela disseminação dos
computadores e dos novos suportes eletrônicos. Esses avanços tecnológicos foram
a principio entendidos como concorrentes do ensino e entraves para o sucesso do
educar. As gerações atuais têm uma familiaridade fantástica com variedades de
informações, fazendo com que estes se relacionem de uma forma totalmente
diferente com o conhecimento. A “cultura da imagem” tem sido um desafio a
necessidade do domínio da cultura letrada. Multiplicam-se os computadores e
suportes eletrônicos, declinam a produção de livros escritos e outras formas de
informações escritas.
O desafio para os professores de História na
atualidade do novo mundo tecnológico é utilizar a mídia, a internet, os recursos
tecnológicos avançados para dinamizar o ensino, sem cair na armadilha de
produzir pessoas alienadas. As novas tecnologias não devem, segundo Bittencourt
(2004), serem vistas como “inimigas”, mas precisam ser utilizadas junto com uma
critica profunda, pois, não queremos passar a ideia de submissão irrestrita ao
domínio da máquina como instrumento educativo. Nem queremos ser inocentes em
desconhecer outro problema que as tecnologias podem fazer surgir, que é a
exclusão social e cultural, possibilitados pelas desigualdades das condições de
trabalho dos docentes e da realidade escolar brasileira.
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